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sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

VOCÊ SABIA?


Você sabia que os cantos das torcidas nos jogos também fazem parte do folclore das Artimanhas do Bolão?  Enquanto outros esportes disponibilizam espaços em arquibancadas para acomodação de suas assistências, no Bolão os torcedores se confundem e se acotovelam em pé, sempre procurando os melhores lugares, ao longo das canchas. Em geral, os maiores acúmulos de pessoas acontece por detrás das pistas, com o intuito de visualizar o "Tiro" de arremesso dos pranchões e torcer acomodadamente por sua equipe.
A música e o canto sempre acompanharam por tradição o Bolonista, como num certame de torcidas paralelo aos jogos. Os cantos, em geral, eram utilizados como expressões de incentivo e alegria no decorrer dos jogos, mas também poderiam servir como manifestações maliciosas contra adversários, enquanto este permanecesse nas pistas. Apupos, palmas e assovios contrários complementavam as artimanhas utilizadas pelas torcidas, cujo expediente, eram desaconselhado pela Federação Gaúcha de Bolão
Assim, a modulação da voz durante os cantos  tornou-se um dos artifícios singulares em competições para não chamar a atenção dos juízes. Entonar cânticos cada vez mais altos, a medida em que os adversários sofressem reveses nas canchas de jogo, se transformaria numa prática muito comum adotada ainda nos dias de hoje. 
A participação de bandinhas ou de alguém que soubesse tocar algum instrumento, mesmo em eventos oficiais, era sempre bem vinda no Bolão. Já, a utilização de equipamentos eletrônicos e rádios eram considerados, muitas vezes, desrespeitosos. 
Os cânticos podiam variar de região para região e de Estado para Estado. No interior, em regiões de tradição germânica, ainda são vocalizados em alemão por teutos e brasileiros, onde se distinguem: "Trink, trink, Brüderlein, trink", "Oh Isabela", "Drei mal hock", "Ein Proist der Gemütlichkeit". "Drei mal hock" é bastante peculiar, pois, a cada entoada deste estribilho, empina-se o copo de cerveja.
Na zona urbana, cantava-se em português com letras adaptadas de melodias populares. Dentre tantas, destacamos algumas::

"Vem jogar Bolão"
Ó companheira por que estás tão triste;
Tua tristeza não tem razão;
Junta-te a nós aqui nesta mesa;
Toma uma cerveja e vem jogar Bolão".

"Queremos 9"
Queremos 9, queremos sensação;
Queremos 9, no fundo do pranchão;
Agora vale a raça, a bandeira e o coração;
Queremos 9 prá nossa seleção."

"Bola de Madeira"
"Salve o nosso presidente;
Salve o nosso capitão;
Salve nossa brincadeira;
Que a turma é da Bola de madeira."

"Mulheres por que vieram;
Viemos jogar Bolão;
Joga, joga, joga, joga;
E faz nove de montão;

"Nove é Nove"
Nove é nove, nove é nove;
Nove é nove, assim é bom pra nós."

Enfim! A exemplo do acontece em outros esportes, o Bolão não seria o mesmo sem o canto das torcidas, do contato pessoal, ou ainda sem aquele "tempero" que lhe é peculiar. 
Que viva o Bolão! 


Foto de Arquivo

Fonte: Pesquisa Internet 
Fonte: Notícias de Jornais de Época
Fonte: KRELING, Maria Helena, O Bolão, Porto Alegre, Martins Livreiro Editor, 1984. 

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