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quinta-feira, 18 de abril de 2019

CRÔNICA DO BOLÃO - UMA VERDADE CONVENIENTE

Como vemos o Bolão? Como você vê o Bolão? Como um idoso debilitado, desestimulado? Alguém que já não deva mais ser levado a sério? Um perturbador contratempo que já devia ter acabado? É assim que você o vê, ou estamos enganados? 
O Bolão não é isso, não! O Bolão apesar de milenar, ainda conserva a originalidade de uma criança. Talvez não mais com o mesmo encanto de outros tempos, mas ainda nele brincamos em ganhar o mundo, sonhamos em ser alguém importante, ou simplesmente onde nos satisfazemos em ser relevantes para alguém. Nele fazemos votos de amizades eternas, é mãe, é pai, onde todos precisam de todos. Nele crescemos e nos tornamos adultos. Nele choramos, duvidamos, brigamos, desconfiamos, mas como todo colo de mãe, nos revigora, acolhe e conforta ao doce sabor das vitórias e das conquistas.
Ao invés de sucumbir ao peso da idade, torna-se cada vez mais sábio e maduro. Mesmo perdendo a cada dia alguns de seus filhos, sempre acredita que eles não o deixarão de verdade e que algum dia regressarão pela manifestação da paixão verdadeira que ele lhes compartilhou e que guardarão eternamente em seus corações. E quando se vão de fato, uma nuvem escura lhe envolve a alma, então chora por aqueles que não mais dividirão suas emoções com ele. Sente-se perdido, nesta hora, uma vez que estes já não mais se unirão para cuidá-lo e zelar pelo seu legado. 
O tempo não tem se mostrado piedoso para com o Bolão e a força parece querer lhe abandonar. Mas ao olhar em volta para todos as empoeiradas, desbotadas e enferrujadas glórias em suas vitrinas, repensa os momentos felizes e também tristes que foram vividos intensamente nas canchas do mundo e quase se resigna com o fato de que nada dura para sempre. 
Então, venha junto dele e veja que aquele esporte que nunca te abandonou não é tão frágil assim. Com toda uma rica história construída juntos, com tantas trocas de experiências e ensinamentos, só o que pede é que não se esqueçam dele, que renovem sua paixão pela bola de madeira, que resgatem aquela irresistível sensação de satisfação com o sucesso de intrincadas disputas e que revivam o incomparável prazer em se fazer novos amigos. Lembrem-se sempre: é bom jogar Bolão, não permitam que o esporte tão nobre sucumba.



Por José Carlos Werle, Editor do Blog O Braço de Ouro.

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