Há no Bolão uma diferença crucial em relação aos outros esportes. A pontuação é variável e os desafios podem ganhar contornos nem sempre esperados. O "nove" por exemplo, é um acontecimento que não raro tem o poder de afetar decisivamente os desdobramentos de uma partida, seja por implicações no jogo, ou mesmo, psicológicas.
Times considerados favoritos, muitas vezes em vantagens confortáveis, são acometidos por uma espécie de relaxamento coletivo. Uma oscilação de que já se sabia superior e, diante da margem no placar, simplesmente desligaram.
Não obstante, equipes consideradas "secundárias", justamente por não se postarem como favoritas, destilam o veneno da invariabilidade para alcançar feitos notáveis.
A história do Bolão ensina algo fundamental: não se ganha jogo antes da bola rolar, nem tampouco antes do fim. Fatores imponderáveis podem determinar o curso de uma partida, como "Noves" que caem em efeito dominó, causando impactos devastadores em importantes decisões. Por isso mesmo, o Bolão é um dos poucos esportes em que é possível vencer sem necessariamente ter jogado melhor. Injusto? Diria que, por isso mesmo, tão apaixonante.
Às vésperas da Taça Brasil de Clubes de Bolão Masculino de 2025, vários clubes participantes, ou mesmo que fizeram parte de outras finais no passado, provaram deste veneno. Alguns, até, sucumbiram.
Para aqueles que visitam o Clube 16 de Abril de Itaiópolis, neste final de semana, é chegado o momento de tirar proveito disso. O de não ser favorito. Para o clube anfitrião, não será simples ter que lidar sempre com a responsabilidade da vitória, jogo após jogo, numa sequência, mentalmente, extenuante. A pressão que deriva dar maior qualidade técnica, muitas vezes, pode jogar contra. O antídoto passará, necessariamente, por uma postura reativa e organizada.
Mas, como já diria Armando Nogueira "copiar o bom é melhor que inventar o ruim", que vença quem for mais profícuo no aprendizado das lições que o esporte da bola de madeira pode ensinar.
Edição e Redação: Blog O Braço de Ouro
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