Contudo, apesar de uma visão consumidora pouco crítica a respeito do produto esportivo como um todo e do entretenimento de qualidade oferecido pelos clubes, algo que historicamente foi pouco trabalhado na atividade, ainda há muito a melhorar: desde a gestão e governança do esporte, até o produto final colocado à disposição do atleta, fã, torcedor ou praticante.
Entregas abaixo do aceitável ao consumidor do Bolão na sua ligação com o esporte é de fazer inveja a qualquer outro tipo de segmento. Porém, o lazer de baixo nível, apesar de incomodar muita gente, dificilmente fará com que o torcedor, fã ou praticante vá procurar outro esporte para praticar. Por quê? Justamente pela tal da paixão.
O esporte do Bolão é, antes de tudo, entretenimento. Há décadas os clubes deixaram de ser capazes de compreender este conceito, mirando somente o que acontece dentro das canchas e esquecendo que o esporte é capaz de entregar sentimentos e sensações que pouquíssimos segmentos ao redor do mundo conseguem replicar. Comemorar uma vitória, um título, assinalar um "180 pinos", fazer um "nove" depois de quase ter virado uma "banda", cantar o hino de seu time, geram sensações únicas de prazer, bem-estar, pertencimento e de inclusão e que serão comemorados longamente fora das quadras.
Ou seja, as sensações no Bolão são as mesmas que num jogo de futebol. O Bolão não quebrou este código de encantamento e engajamento que o entretenimento gera, como muitos podem pensar.
O mundo esportivo do Bolão precisa também focar naquilo que mantenha os consumidores atuais felizes para poder engajar novos adeptos, através de uma agradável e divertida experiência de consumo.
Vejam o que acontece na NFL e a NBA (Basquete). O que menos canaliza as atenções é o jogo em si. Tudo está voltado ao acessório: transmissão de altíssimo nível, cantor(a) de renome para fazer o show do intervalo, estrutura de alimentação farta e barata, venda de souvenirs e camisetas, visitas guiadas, ou seja, tem show fora das canchas também. Lógico que isto está muito longe da nossa realidade, mas os clubes precisam estar cientes que temos que potencializar o que sustenta esta paixão pelo esporte, aprimorando suas experiências, quer seja por um almoço típico da região, banheiros limpos, espaço kids com tutores, ou até mesmo a apresentação de grupos folclóricos, danças, etc., não se contentando em oferecer o que quer que seja, a qualquer preço e algumas vezes até, de qualidade duvidosa.
A garantia de sustentabilidade do Bolão não deveria estar focado somente na captação de novos praticantes, mas também, trabalhar e muito na retenção de seus consumidores que anseiam por relacionamentos apaixonantes que só o esporte do Bolão pode proporcionar.
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