CHEGOU 2024, E AGORA?

Chega o final de ano e seguimos sempre a mesma rotina, todos repetimos, num vai e vem, mensagens e votos de feliz ano-novo, de mudanças de vida, de novas promessas e por ai vai. O calendário cria em nós a ideia de que o velho se foi, levando tudo de ruim e que virá, agora, um novo período cheio de esperanças: o fim e o recomeço. 

Já passei por isso mais de 60 vezes e poso garantir, lembrando Lavoisier, que nada acaba nem começa novo. É tudo continuação. O que vamos colher num novo ano é o que plantamos nos anos anteriores. Tudo só vai acontecer se não ficarmos à espera de que outros façam. "Há quem espere por Deus para melhorar de vida, há quem espere pela sorte e há quem espere dos governos. Mas o melhor investimento no futuro do ano que começa é em nós mesmos, pois, em geral, ganhamos sempre se apostarmos em nós mesmos". 

Se você ficar esperando por milagres divinos, saiba que, primeiro, é necessário ser merecedor, segundo, e por isso mesmo, são muito raros. Portanto, ou você busca por você mesmo pelo que deseja e planeja, ou vai seguir numa interminável fila de espera para ser feliz. 

Entretanto, nestas mais de 60 passagens de ano que vivi, nunca um ano novo aparentou ser tão indecifrável, quanto 2024. Parece uma porta enigmática, agora entreaberta, cheia de segredos da qual pouco se vê, em todas as esferas que envolvem nossas vidas. Apesar disso, assim como os cursos d'água, a vida seguirá em frente em 2024 transitando entre obstáculos e desafios na expectativa de alcançar grandes rios e mares.

Por hora, tão somente podemos nos perguntar: o que haverá por trás da porta de 2024? Sendo sincero, neste instante, sem saber a quem recorrer, busco nas palavras de Paulo Freire a melhor tradução para o sentimento vivido: "Num país como o Brasil, manter a esperança viva é em si um ato revolucionário." Afinal, "brasileiro é profissão esperança". (Baseado na Crônica de Alexandre Garcia - Chegou 2024) 

Edição e Redação: Blog O Braço de Ouro