Ainda ontem escutei alguém lamentar-se, angustiadamente, ainda sobre a morte de Léo Batista, o "craque" da voz que nos deixou em janeiro, aos 92 anos: "Os melhores estão nos deixando", dizia ele! Isto me fez ponderar sobre a mesma angústia que suportamos hoje na categoria dos Casais. Será que a prática "mais charmosa" do Bolão também está nos deixando?
A Confederação Brasileira de Bolão e as Federações Estaduais têm reformulado o processo de inclusão e disputas da Categoria há alguns anos, introduzindo uma série de novas diretrizes para tentar atrair um público mais jovem e também abrir novas oportunidades com regramentos diferenciados. As ideias são boas, mas a prática não tem obtido o êxito desejado da maneira que é necessária.
O fato é que, se não conseguirmos atrair novos casais que pratiquem Bolão, a categoria não terá vida longa. Lembro de um recente comentário feito pelo porta-voz do Comitê Olímpico Internacional (COI), Mark Adams, sobre o futuro das Olimpíadas: "Se não conseguirmos que os jovens pratiquem esportes, não estaremos aqui por muito mais tempo. Temos que atrair os jovens ou estaremos mortos, basicamente". "É preciso liderarmos a mudança e não sermos liderados por ela. É mudar ou ser mudado. Simples assim!"
Se a realidade parece dura o suficiente para gerar sérias preocupações para o COI, o que dizer, então, sobre o Bolão? Lembro-me sempre da máxima que aprendemos desde cedo no esporte das amizades: "depois que a bola sai da mão, só Deus para rolar uma solução". Portanto, está mais que na hora para a tomada de ações.
E o que fazer, então? Sempre se diz que esporte e educação andam de mãos dadas. Muitas crianças que tiveram suas vidas transformadas e ganharam projeção no Bolão o fizeram pela herança e ajuda dos pais, também impactados pelo esporte das amizades. Quero dizer com isso é que a categoria de casais é tão importante quanto as categorias de base. Ela é o pilar do futuro do Bolão, formando um ciclo contínuo de renovação, educação e aprimoramento, requerendo projetos específicos de continuidade. Inimaginável admitir que estejamos vivenciando o fim de um ciclo.
Edição e Redação: Blog O Braço de Ouro
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