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sexta-feira, 11 de novembro de 2022

A MÍSTICA DO BOLÃO

Quando mais jovem, lembro-me que o Bolão era repleto de crianças e jovens que tentavam ver sobre as cabeças dos adultos, que assistiam os jogos e lotavam as laterais das quadras. Elas curtiam a empolgação e a energia da torcida que cantava sem parar as modinhas do Bolão. Gritos e gargalhadas acompanhavam tudo aquilo que, na prática, era uma grande festa, uma trilha sonora eterna que acendia os sentidos dos pequenos imaginando quando poderiam, enfim, também participarem da diversão. 
Se você cresceu na região metropolitana de Porto Alegre, em qualquer época, mas especialmente entre os anos de 1960 e 2000, não há como não saber o que o Bolão significava para os seus praticantes. Quadras como da Sogipa, Gondoleiros, Clube Caixeiros Viajantes de Porto Alegre, Sociedade Ginástica e Grêmio Atiradores em Novo Hamburgo, Sociedade de Canto União em Estância Velha, Sociedades Ginástica e Ipiranga em São Leopoldo, ganharam reputação como meca de futuras lendas do Bolão Gaúcho. Se você era bolonista sonhava em jogar nestes parques. Todos sentiam orgulho e admiração em jogar contra mitos consagrados do Bolão, como João Koch, Neri Grasel e Marla Grasel.
O Bolão abriu caminhos para muitas pessoas. Ajudou muita gente a escapar de problemas. Hoje, no entanto, as nossas lembranças parecem coloridas apenas pela nostalgia. Clubes que alimentaram muitos sonhos da época de garoto já desativaram suas quadras de Bolão. Outros, estão prestes a seguir o mesmo caminho. Não vemos mais tantas crianças acotovelando-se sobre os ombros de seus pais tentando ver o que acontece dentro das canchas. Mesmo que morem nas cercanias dos clubes, dificilmente encontraremos jovens que aspirem jogar Bolão. Pelo contrário, acumulam-se em grupos nos cordões das calçadas e só tem olhos para o "skate" e ouvidos para trilhas sonoras como o "funk", em alto volume. 
Revitalizar a atmosfera e trazer de volta a antiga mística é tarefa complicada. Já é difícil preservar a mística que ainda existe. Talvez, a mística do passado até já tenha morrido. A realidade é que somos só nós aqui, hoje. Continua sendo o nosso lar. Não importa quem somos. Não importa o que fazemos, nem tampouco de onde viemos. O futuro do esporte depende diretamente de nossas ações e realizações em bancar a sua sobrevivência.


Edição e Redação: Blog O Braço de Ouro
Foto: Blog O Braço de Ouro

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