OH, E AGORA, QUEM PODERÁ NOS DEFENDER?

Quem não lembra do herói de capa vermelha chamado de Chapolin Colorado, que animou uma geração inteira de fãs? Aquele mesmo que resolvia problemas com sua astúcia, marreta biônica e boa vontade, mas sem muitas credenciais de verdadeiro herói. A sua nobreza talvez fosse o maior poder do Chapolin, se bem que, suas intervenções de nada resolviam. O programa Chapolin Colorado era de comédia, mas a realidade humana em busca por socorro que ele mostrava faz parte da nossa vida. 

Hoje temos um grupo de jovens na cidade de Herne, na Alemanha, disputando o Mundial da Juventude de Bolão de Seleções, tentando ser heróis. Sem capa e espada, sem muito apoio, sem recursos, empenhando-se em ser o melhor que podem ou somente buscando reconhecimento. 

No entanto, o caminho para pontuar no mundial e competir com grandes potências, foi trilhado por um extraordinário esforço. Fazer rifa, vaquinha e vender doces, tudo isso para pagar viagens e estadias, fora a batalha para dispensarem-se dos seus empregos, estudos e familiares e representar nosso país. Não há a quem pedir socorro em momentos como esses, pois não existe patrocínio e os recursos públicos são esparsos para esse fim.

"E gora, quem poderá nos defender?" Neste caso, não há herói que os ouça, nem respostas. Medalhas? Talvez! Mas, só de estarem lá, já é uma vitória. Por melhor que seja, ter gente de boa vontade, astúcia e nobreza para ajudá-los, não são credenciais suficientes para torná-los os heróis que desejamos. Há que se ter bom senso, nesta hora. 

Quem sabe, nos momentos de apuros, quando começarmos a nos questionar de onde virá o nosso socorro, não devêssemos chamar o herói certo? A proteção divina, é claro!

De todo modo, os atletas que estão lá estão fazendo o seu melhor para representar o Brasil que, muitas vezes, prefere se entreter com comédias vazias e falsos heróis a prestar a devida atenção aos seus verdadeiros guerreiros.

Edição e Redação: Blog O Braço de Ouro