Peço passagem aos nossos estimados leitores para descrever minhas impressões de 2025, fora das quatro linhas do Bolão. Neste campo, diferentemente do excelente ano das quadras do esporte das amizades, há momentos que não pedem balanços, pedem silêncio. Terminar 2025 é, por isso, mais do que virar uma página, mas um ato de sobrevivência emocional. Um marco que exige resiliência e força mental para processar o passado e enfrentar o futuro.
O mundo em 2025 pareceu conspirar para reforçar a sensação de uma exaustão coletiva. Um ano em que se seguiram as instabilidades e as pressões políticas, as desconfianças nas instituições que comandam o Brasil, de novos eventos climáticos extremos, de medos que nos fazem regressar a um passado de más memórias, da insegurança institucionalizada que nos deixa temerários até em atender uma simples ligação telefônica, da normalização e normatização da trapaça, da morte da empatia, da marginalização da fé e do progresso da intolerância.
Ainda assim, mesmo em anos mais duros, aprende-se. Aprende-se sobre a fragilidade, que o sofrimento não nos faz melhores, nem mais humanos. Nos torna mais revoltados e mais dissimulados, à espera da chance de pagar nossos opressores com a mesma moeda.
Que 2026 chegue com menos ruído e mais propósito, com espaço para reconstruir, reconciliar e realizar. Que traga mais paz, lucidez e, sobretudo, a possibilidade de voltarmos a acreditar que o futuro pode ser melhor do que o passado. "Não por ingenuidade, mas por necessidade!"
Edição: Blog O Braço de Ouro






