No dia 25 de maio, terá início mais uma edição do Campeonato Regional de Bolão de Casais. Diferentemente das temporadas anteriores, a maioria dos clubes enfrentam sérias dificuldades para manter seus elencos ativos em 2025. Serão apenas 14 equipes na disputa, a menor desde o início das atividades do Blog.
Numa breve análise da situação, percebe-se que não há uma única razão aparente para este declínio. Para começar, não existe um padrão na tática de manutenção de elencos pelos clubes. Há casos e casos, ou acasos. Os procedimentos vão desde métodos de renovação e formação (o menos utilizado atualmente), tampar buracos na busca por peças em outros grupos ou redesenhando a composição com transferências. A matemática também demonstra que restam algumas exceções. E são exatamente as exceções que estão liderando a disputa no momento. Entre elas, a expectativa de mudanças no regulamento que permitam uma revolução nos regramentos atuais.
Sabemos que atrair novos casais não é nada fácil. Mais difícil ainda é contratar bem. Bons bolonistas não estão disponíveis como produtos de consumo em bancas de esquinas. Além disso, processos de migração de casais no esquema do Maria-vai-com-as-outras no Bolão gaúcho, fazem parte do passado.
Entretanto, apesar das dificuldades, alguns Grupos seguem ilesos. Aparentemente, a diferença entre um elenco e outro se manifesta pelo preparo, que traz a reboque uma ideia de gestão mais ampla. Encabeçam-no o Grupo Só Alegria, do Clube Esportivo São Martinho, de São Martinho e o Grupo Os Atrapalhões, do Clube da Mocidade Bailante, de Novo Hamburgo, que contam atualmente com 14 casais aptos para a prática esportiva, cada. Podemos também incluir neste rol o Grupo Somos Assim, da Sociedade de Canto Lyra, de Estância Velha, e a Associação Juvenil de Linha Temerária, de Nova Petrópolis, ambos com 11 casais, cada.
Porém, hoje, a grande maioria das equipes está a mercê de uma realidade nada cômoda. Contando com grupos mais idosos, foram perdendo elenco para os constantes problemas de saúde e lesões e não conseguem mais dar a volta por cima.
Outros, eram especialistas em outra fatia do mercado de prospecção. Ninguém no Rio Grande do Sul sabia captar tão bem casais que se destacavam em seus clubes de origem e que necessitavam de uma última lapidada, que o Clube 15 de Novembro, de Campo Bom. Como ninguém mais forma novas bases, o clube se viu alijado de seu elenco e ficará de fora desta edição.
Concluindo: o Rio Grande do Sul, com mais de 8 milhões de habitantes e milhares de casais, tem tudo o que é necessário para contribuir com o esporte do Bolão. O talento corre nas veias do nosso povo. No entanto, talento por si só não é suficiente. O engajamento dos dirigentes de clubes na busca por esses novos talentos é imprescindível. Se não for ao campo para captá-los, eles não virão por sua conta própria. O desafio está em criar um sistema que garanta a continuidade e suporte desde os primeiros passos. Caso contrário, continuaremos a desperdiçar talentos e a lamentar o declínio da mais charmosa competição do esporte da bola de madeira.