quarta-feira, 18 de junho de 2025

ENCHENTES, OUTRA VEZ?

É maio de 2024. O Rio Grande do Sul está sob chuvas intensas. Sequências de rios no Estado transbordam levando tudo consigo, cobrindo casas, praças, plantações, cidades inteiras. Uma água com pressa vai tomando conta de tudo, dominando territórios. São leitos de rios retomando seus espaços originais e suas margens, por nossa ação e ganância. Desmatadas, não oferecem resistência alguma. O grande volume de água busca seu curso para o oceano, encontra obstáculos e vai criando alternativas, preenche tudo, devasta o que encontra em sua frente. Sua passagem e seu desague ao fim da lagoa também foi estreitado por ação do homem. As águas inquietas e descontentes, por não conseguirem vazar, demoram-se e avançam sobre cidades que encontram em seus caminhos. 
O Rio Grande do do Sul está submerso. A maior parte mergulhado em água de cor marrom avermelhada. O líquido transborda dos Rios Caí, Jacuí, Taquari, Sinos, Guaíba, ..., por arroios, bueiros, canais, riachos, ..., desliza junto às encostas com entulhos e rochas, destrói pontes, estradas e vidas, famílias inteiras e sonhos de uma vida inteira. 
Incrédulos e anestesiados embarcamos num frenesi de ajuda mútua. O assombro era imenso e a sensação era de que, num transe coletivo, como podíamos ter chegado neste ponto? Atabalhoados, seguimos a buscar culpados. Onde estão as nossas autoridades públicas? Para onde foi o dinheiro de nossos impostos? Parecia outro sonho, ruim, mal cheiroso e que não fazíamos parte daquele cenário, estávamos em outro lugar, apartados daquela realidade. Mas, não. O desespero era real. Triste realidade.
Um sentimento de devastação tomou conta de todos. Sentimo-nos paralisados, angustiados, impotentes em meio uma situação que soava totalmente irreal. 
É junho de 2025. O Rio Grande do Sul está sob chuvas intensas. Sequências de rios no Estado transbordam levando tudo consigo ... (Adaptado da crônica de Andina Leal).


Edição e Redação: Blog O Braço de Ouro

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